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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

"AFRODESCENDER": PEQUENA REFLEXÃO SOBRE O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Hoje, 20 de Novembro, é dia de assistirmos, lermos e ouvirmos inúmeras homenagens rendidas à população afrodescendente de nosso país em função do dia em que se comemora a Consciência Negra.  Isso é louvável por que ao menos assim as emissoras de rádio e TV e as redes sociais massificam um tema tão necessário de ser debatido, embora o que se veja em algumas das referidas informações, estejam carregados de clichês e de uma hipocrisia que esconde a segregação explícita a que verificamos em nosso dia a dia.

A morte de Zumbi dos Palmares no dia 20 de novembro de 1695 é lembrada como o marco da luta contra a abominável pratica da exploração do homem pelo homem por intermédio da escravidão, que, por conseguinte gerava discriminação, agressão e morte. E hoje, o que representaria o tombamento do maior líder do Quilombo doa Palmares? Sem dúvida já ouvimos falar e acertadamente, de que a escravidão não fora de fato abolida em fins do século XIX aqui no Brasil, e que a luta dos negros continua incrustada nas inúmeras situações de divisionismo, agressão, abuso e todo tipo de insulto a que essas pessoas são submetida a cada instante.

O pior tipo de preconceito e segregação é aquele velado, manso, escondido nas bonitas peças publicitárias veiculados por uma mesma mídia elitista, mídia essa que trata o negro como subalterno em sua grade de programação. O discurso meio vago da tolerância tem que ser substituído pelo o do respeito, haja vista que tolerar, segundo o significado etimológico do termo, provém de: aceitar, permitir, suportar, e assim sendo, só se tolera o diferente. Ser negro é ser diferente? Os de epiderme clara e cabelo “bom” seriam literalmente brancos em um Brasil tão miscigenado? A esses diríamos, queiram também “afrodescender”, não por modismo, por uma causa vazia, mas por reconhecimento, por respeito e valorização àqueles que constituem, junto com nossos povos nativos, a gene de nossa nosso povo.

Todos da espécie humana são iguais e, portanto deveriam ter o mesmo tratamento. Isso é algo muito repetido, mas que na prática não o vemos. Alguns elementos do cotidiano nos revelam isso, como as diferenças salariais entre negros e brancos, o tratamento das autoridades policiais, a formação acadêmica, o ridículo padrão de beleza, entre outros. Situações contrastantes com o que já dizia Martin Luther King, que afirmava sonhar com um dia em que as pessoas fossem julgadas por sua capacidade e personalidade e não pela cor da de sua pele.

A voz de Zumbi, Luther King, Mandela, ou dos milhares de anônimos ativistas do movimento negro que lutaram e continuam lutando em prol da igualdade entre as pessoas indistintamente à sua cor da pele, precisa continuar ecoando e sendo incorporada em nossas praticas habituais, mediante o respeito, a promoção da igualdade e simplesmente a prática do bem, uma vez que um coração preenchido pelo bem, pelas boas intenções jamais daria espaço ao que tanto discutimos no dia de hoje que é a imbecilidade do racismo (embora só exista uma raça, a humana!).

Viva Zumbi dos Palmares!

Por: Profº Damião



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